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Peter Jansz. Saenredam – esse ponto no meio do nome não está errado –, foi um artista competentíssimo. Suas pinturas, via de regra interiores de igrejas, sobrevivem com fôlego desde o século 17, em boa parte graças à incrível perspectiva que o holandês conseguia ilustrar. Contribuem para a beleza de suas obras a redução das figuras humanas, meros figurantes de estruturas colossais, e a própria nudez de algumas igrejas já reorganizadas pelo protestantismo.
Filho de artista – as obras bíblicas de seu pai em nada se assemelham às de Pieter –, Saenredam vingou em Haarlem, onde estudou e desenvolveu sua aptidão arquitetônica na aquarela. (Em Assendelft, cidade natal, ele até pintou uma igreja com o túmulo do pai). Em seus quadros, nota-se uma exposição do espaço tão peculiar quanto encantadora: é possível se ver sentado ali, outro coadjuvante vivendo discretamente.
Dessa forma, torna-se um interessante exercício de comparação colocá-lo ao lado do conterrâneo Emanuel de Witte, cujas pinturas de interiores, também belíssimas, expressam (na luz, nas cores, nas pessoas) uma força totalmente diferente daquela demonstrada por Peter Jansz. Saenredam.
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