Osny Tavares: Pode o jornal literário ser moral?

Coluna de ombudsman extraída da edição de setembro de 2021 do Jornal RelevO, periódico mensal impresso. O RelevO pode ser assinado aqui. Nosso arquivo – com todas as edições – está disponível neste link. Para conferir todas as colunas de nossos ombudsman, clique aqui.


Os manuais de Jornalismo afirmam que a função do ombudsman é questionar o jornal sob a perspectiva do leitor — que é exatamente aquilo que o ombudsman é. Ou seja, a função do ombudsman é questionar o jornal sob a perspectiva de si mesmo.

E a questão que mais me rói a barba desde há muito é a questão moral. 

Como é produzido e distribuído para quem o solicita mediante troca monetária, é inegável que o RelevO seja um bem. 

Mas pode o jornal ser bom, em sentido moral? 

Pode estar a serviço de algo? 

Amplificar algum discurso? 

Referendar alguma ideia? 

Dizer-se representar o que seja? 

Lecionar? 

Quem se deixará lecionar por um jornal literário? 

O que deve fazer o jornal literário, então? 

Destruir? 

Agredir alguém de alguma forma? 

Quem se sentiria agredido por um jornal literário? 

Então, literário é somente o que um jornal literário pode ser.