Osny Tavares: Achados na tradução

Coluna de ombudsman extraída da edição de julho de 2021 do Jornal RelevO, periódico mensal impresso. O RelevO pode ser assinado aqui. Nosso arquivo – com todas as edições – está disponível neste link. Para conferir todas as colunas de nossos ombudsman, clique aqui.


Faz alguns anos que o RelevO encontrou um nicho interessante na tradução de obras e autores inéditos. A cada mês, o jornal traz uma boa coletânea de poemas, contos e outras peças, geralmente acompanhadas do original e de uma apresentação. Assim, acrescenta uma utilidade própria do veículo periódico: receber e divulgar uma literatura que, embora chancelada em outros DDIs, ainda não encontrou gancho para a publicação em livro pelo mercado editorial convencional. 

A edição de junho, por exemplo, publicou poemas do polonês Aleksander Wat, traduzidos por Piotr Kilanowski e apresentados por Fernanda Dante. A escolha chama a atenção para um interessante fenômeno de localização. É desnecessário situar a região de Curitiba em geral — e a cidade de Araucária, em particular — como centro de irradiação da cultura polonesa no Brasil, além de QG do Jornal.

Antes mesmo do célebre poeta bigodudo, a comunidade de imigrantes e descendentes da Polônia têm mantido e dissipado a cultura do país de origem. Basta citar o sucesso da poesia de Wisława Szymborska por aqui. Publicada pela primeira vez em 2011, com tradução da professora Regina Przybycien, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a vencedora do Nobel de Literatura em 1996 consolidou seu nome entre os leitores de versos daqui.

Universalizar é localizar. Que, cada vez mais, o RelevO tenha a felicidade de identificar e irradiar esse tipo de fenômeno. E que, a partir da Colônia Thomaz Coelho, Nossa Senhora de Czestochowa possa estender suas bênçãos sobre a saúde financeira e intelectual do jornal.