Baú: Truman Capote

Extraído da edição 114 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente. O RelevO pode ser assinado aqui.

Certa vez, convidaram-me para um casamento; a noiva sugeriu que eu viajasse de Nova Iorque para norte no carro de dois outros convidados, um casal cujos elementos davam pelos nomes de Mr. e Mrs. Roberts e que eu não conhecia. Era um dia frio de abril, e, durante a viagem de carro até ao Connecticut, os Roberts, um casal de quarenta e poucos anos, pareceram-me bastante simpáticos — não eram pessoas com quem me apetecesse passar um fim de semana prolongado, mas não eram maus de todo.

No copo-d’água, todavia, o álcool correu a rodos, e os meus motoristas emborcaram, diria eu, um bom terço do total. Foram os últimos a abandonar a festa, cerca das onze da noite, e a ideia de os acompanhar deixou-me alarmado; sabia que eles estavam bêbedos, mas não me apercebera até que ponto. Tínhamos percorrido uns trinta quilómetros, com o carro a guinar bastante e Mr. e Mrs. Roberts a insultarem-se mutuamente, fazendo uso da mais extraordinária linguagem (tratou-se, sem dúvida, de um momento saído de Quem tem medo de Virginia Woolf?), quando Mr. Roberts, como seria de esperar, se enganou no caminho e se perdeu numa estrada rural sombria. Eu pedi-lhes uma e outra vez, e por fim pus-me a suplicar que parassem o carro e me deixassem sair, mas eles estavam tão embrenhados nas suas invetivas que me ignoraram. No fim de contas, o carro imobilizou-se de forma espontânea (temporariamente) quando foi embater contra o tronco de uma árvore. Aproveitei a oportunidade para sair de rompante pela porta traseira e corri para o meio da floresta. Pouco depois, o amaldiçoado veículo arrancou, deixando-me sozinho na escuridão gélida. Estou certo de que os donos do carro nem deram pela minha falta; sabe Deus que eu não senti a falta deles.

Truman Capote, Uma candeia numa janela. Música para camaleões (1980, ed. Livros do Brasil; trad. Paulo Faria, 2015).

Baú: Chandler vs. ficção científica

Extraído da edição 93 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente. O RelevO pode ser assinado aqui.

Você já leu isso que chamam de ficção científica? É uma gréia. Escreve-se assim:

Fiz meu checkout com K19 em Adabaran III e atravessei a escotilha de crumalite no meu modelo 22 Sirius Hardtop. Encaixei o timejector em segunda e fui abrindo caminho entre a relva azul de manda. Minha respiração congelou em pretzels cor-de-rosa. Acionei as barras de calor e os Brylls dispararam em cinco pernas usando as outras duas para produzir vibrações de crylon. A pressão era quase insuportável, mas eu detectei a variação no meu computador de pulso através dos cisícitos transparentes. Apertei o gatilho. O fino raio violeta era frio como o gelo ao atingir os montes cor de ferrugem. Os Brylls se reduziram ao tamanho de meia polegada e eu me apressei a pisoteá-los com o poltex. Mas não foi o suficiente. Um clarão súbito me envolveu e a Quarta Lua acabava de nascer. Eu tinha exatamente quatro segundos para deixar no ponto o desintegrador mas o Google tinha me avisado que não era o bastante. Ele tinha razão.

Pagam dinheiro vivo por essa porcaria?

Raymond Chandler, carta a seu agente literário, 1953. Tradução de Bráulio Tavares.
Mais informações – inclusive sobre o uso do termo “Google” em 1953 – neste link.

Baú: Vladimir Nabokov

Extraído da edição 81 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente. O RelevO pode ser assinado aqui.

Em qualquer era que Sebastian tivesse nascido, ele ficaria igualmente divertido e infeliz, alegre e apreensivo, como uma criança numa pantomima de vez em quando pensa no dentista de amanhã. E a razão de seu desconforto não era que ele fosse moral numa era imoral, ou imoral numa era moral, nem era a sensação paralisante de sua juventude não florir com a naturalidade suficiente num mundo que era uma sucessão muito rápida de funerais e fogos de artifício; era simplesmente a sua consciência de que o ritmo de seu ser interior era tão mais rico do que o de outras algumas. Mesmo então, bem no final de seu período em Cambridge, e talvez antes também, ele sabia que seu menor pensamento ou sensação tinha sempre pelo menos uma dimensão a mais do que os de seus vizinhos. Ele podia ter se vangloriado disso se houvesse qualquer coisa melodramática em sua natureza. Como não havia, só lhe restava sentir a estranheza de ser um cristal entre vidros, uma esfera entre círculos (mas tudo isso não era nada comparado ao que ele experimentou ao finalmente mergulhar em sua tarefa literária).

Vladimir Nabokov, A verdadeira vida de Sebastian Knight, 1941 (Ed. Alfaguara, 2010).

Os hiperlinks de Nabokov

Extraído da edição 74 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente. O RelevO pode ser assinado aqui.

Fogo Pálido (1962), de Vladimir Nabokov, é um dos livros favoritos desta newsletter. Sua estrutura pode parecer pouco convidativa, mas sua leitura é proporcionalmente encantadora. Trata-se de um romance dividido em quatro partes: prefácio; poema (“Fogo pálido”) de 999 versos; comentário ao poema e índice remissivo.

O personagem John Francis Shade assina a obra poética; o personagem Charles Kinbote, as outras. Acontece que Shade foi assassinado logo antes de completar o milésimo e derradeiro verso de “Fogo Pálido”. Kinbote, seu autointitulado “amigo íntimo, consultor, editor e comentador literário”, responsabiliza-se por analisar a obra.

A partir disso, testemunhamos a epítome do narrador pouco confiável, uma constante carta na manga de Nabokov (vide O olho e A verdadeira vida de Sebastian Knight).

Afinal, Kinbote é um comentador histriônico. Oriundo da fictícia Zembla, ele enxerga no poema – apesar de “deliberadamente e drasticamente escoimado de minhas contribuições” – referências claras à sua terra natal, convicto de ter convencido um entediado Shade a incluí-las.

Esses elementos compõem as dores e delícias de Fogo Pálido, livro capaz de fornecer mais dúvidas do que certezas. Engraçado, trágico e cheio de detalhes (o índice remissivo não deve ser ignorado), o romance nos lega outra dúvida: como lê-lo? Afinal, versos levam a notas, que levam a outros versos ou notas, que etc. Dispomos de vários caminhos!

Fogo Pálido não é simplesmente “não linear” – o curso tradicional de leitura não é necessariamente menor que qualquer outra abordagem. Como bem definiu Espen Aarseth, o livro é muito mais multicursal – a exemplo da (hipertextual) navegação na internet.

Não por acaso, Ted Nelson, criador do termo “hipertexto”, tentou adaptar Fogo Pálido a um formato de hiperlinks em 1969, na busca por fornecer uma demonstração do fenômeno que ele havia registrado em 1965: “permita-me apresentar a palavra ‘hipertexto’ para significar um corpo de materiais escritos ou pictóricos interconectado em uma maneira tão complexa que não poderia ser convenientemente apresentada ou representada em papel”.

Hoje, existem pelo menos seis versões hipertextuais de Fogo Pálido, de acordo com Simon Rowberry, professor da Universidade de Stirling. Páginas na internet permitem navegar por meio de cliques entre as notas fornecidas por Nabokov (aqui um exemplo).

Rowberry também é responsável pelo gráfico na abertura deste texto (em alta resolução aqui), que salienta as conexões internas do romance. Segundo ele, há 504 referências explícitas na obra: 37% delas levam ao poema; 63%, a outras notas.

Nabokov costurou Fogo Pálido com engenhosidade abismal. Isso por si só não transformaria o romance em uma obra-prima: é necessário conteúdo para corresponder a essa forma. Mas este lado – que malemal pincelamos – ficará para outro dia. Adiantamos que, sem dúvidas, trata-se de uma obra-prima.

Baú: John Updike sobre Dostoiévski

Extraído da edição 64 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente.

Ele estava sempre escrevendo por dinheiro, não apenas pelo dinheiro, mas porque estava desesperado para pagar dívidas. E ele escrevia rápido. E colocava sua dor nas páginas, sua necessidade de respostas, a busca por esperança e a tentativa de obter sentido nas coisas. Sua raiva, sua amargura, suas recriminações. Você não saberia dizer se ele lutava com suas forças ou fraquezas. Ele não escrevia como alguém que tenta criar um grande romance. Ele escrevia como alguém que tenta sobreviver.

John Updike sobre Dostoiévski. Extraído do perfil do escritor André Balaio, que traduziu o trecho do podcast The History of Literature. Obrigado, André!

Baú: Iris Murdoch

Extraído da edição 63 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente.

A escrita literária é uma arte, um aspecto de uma forma de arte. Pode ser modesta ou grandiosa, mas, se é literatura, tem uma intenção artística – sua linguagem é usada de uma maneira particularmente elaborada em relação ao “trabalho”, longo ou curto, do qual compõe uma parte. Então não há somente um estilo literário ou o estilo literário ideal, embora, claro, haja escrita boa e ruim. (…) Modos literários são bastante naturais a nós, bem próximos da vida ordinária e da maneira com que vivemos como seres reflexivos. Nem toda literatura é ficção, mas a maior parte dela é ou envolve ficção, invenção, máscaras, papéis, faz de conta, imaginação e contação de história. Quando voltamos para casa e “contamos nosso dia”, estamos moldando um material artisticamente no formato de uma história. (Essas histórias costumam ser engraçadas, por sinal.) De certo modo, nós, como usuários da palavra, existimos em uma atmosfera literária; vivemos e respiramos literatura; somos todos artistas literários; estamos constantemente empregando linguagem para formatar de modo interessante nossa experiência – que talvez originalmente fosse maçante ou incoerente. Quão longe essa formatação envolve ofensas à verdade é um problema que qualquer artista deve enfrentar. Um motivo profundo para fazer literatura ou arte de qualquer tipo é o desejo de enfrentar a falta de forma do mundo e animar-se por construir formas a partir do que seria apenas uma massa de pedregulho sem sentido.

Iris Murdoch, 1977 [extraído da newsletter semanal do BrainPickings].

Cornell Woolrich, cínico dos cínicos

Extraído da edição 61 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente.

Policial corrompido; político corrompido; empresário corrompido; protagonista corrompido; amigo do protagonista corrompido; mulher mais bonita que o protagonista corrompida – na literatura policial do século passado (e em seus filhos e netos), o que sobra de puro é o álcool.

Dashiell Hammett (O Falcão Maltês, 1929) e Raymond Chandler (O Sono Eterno, 1939, e O Longo Adeus, 1953) são os nomes mais lembrados dessa roupagem da ficção policial, que passou a ser tipicamente americana, urbana e fria. James M. Cain e Ross MacDonald também caracterizaram os alicerces da estética noir (cigarros, coquetéis, detetives particulares ranzinzas, femmes fatales etc.), tão replicada até hoje.

Nas obras de Hammett, o cinismo deriva de um problema quase logístico: seus protagonistas, cansados e espancados, seguem em frente porque sobrevivem. O cinismo de Chandler é mais estilístico (James Ellroy, de Dália Negra e Los Angeles, Cidade Proibida: “Hammett escrevia o tipo de sujeito que ele temia ser. Chandler escrevia o tipo de sujeito que ele desejava ser”).

Mas há Cornell Woolrich (1903–1968), menos lembrado que os anteriores. Um autor cujo cinismo tão agudo só poderia derivar de um irrefreável desprezo pelo ser humano. Numa escala de 0 a 10 de fatalismo – em que 0 corresponde a um cliente de coach, e 10, ao próprio Emil Cioran –, Woolrich se alçava ao topo.

Cornell Woolrich costuma ser reconhecido pelo conto que inspirou Janela Indiscreta (1954), de Alfred Hitchcock. Também é dele o romance A Noiva Estava de Preto (1940), que François Truffaut adaptou para o cinema em 1968. Em sua literatura não há redenção ou perdão: os personagens estão fadados à desgraça, e não há página folheada que não assombre o leitor com a clara sensação de que a tragédia acompanha tudo de perto.

Woolrich dispunha de um talento incomum, ainda que com graus variados de qualidade na execução – seus romances oscilam e podem pecar pela inconstância, às vezes com um desfecho apressado, capazes de derrubar uma construção caprichadíssima. A arte bruta de contar histórias era-lhe natural; a ela se juntavam enredos notavelmente instigantes e a esculhambação dos próprios personagens.

Levar em conta a vida pessoal de um autor para avaliar sua obra é sempre arriscado (e, muitas vezes, preguiçoso), mas são fortes os indícios de que este escritor americano – que também utilizava o pseudônimo William Irish – sangrou na literatura as angústias de um desenvolvimento melancólico.

“O escritor pulp Cornell Woolrich poderia ter sido um personagem de uma de suas histórias – um alcoólatra recluso que perdeu a perna por gangrena, um gay não assumido que viveu com a mãe em uma série de hotéis ao longo da vida adulta. Ele passou muito tempo sozinho, olhando por janelas, mas certamente sabia escrever” – sintetizou sabiamente esta divulgação, de onde também extraímos a imagem de abertura.

Por isso, caro assinante da Enclave, se você não conhece Cornell Woolrich e quer esbarrar em uma literatura trágica, porém (ou porque) envolvente, os contos e romances deste cínico vêm a calhar. Janela Indiscreta (coletânea de contos) e A Dama Fantasma (romance) são favoritos pessoais.


Boa parte dos livros mencionados nesta edição – não só os de Woolrich, mas de Hammett, Cain e Chandler (selo Alfaguara) –, foi publicada pela Companhia das Letras e pode ser encontrada de forma mais barata (às vezes, muito barata) em sebos, catalogados ou não na Estante Virtual.

Não estamos recebendo dessas empresas – o que nos parece óbvio, porque ninguém nos ofereceria dinheiro para nada –, porém não queremos ser acusados de sucesso.

Baú: Raymond Chandler

Extraído da edição 50 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente.

Os leitores são de tipos muito variados e de variados graus de cultura. O aficionado por enigmas, por exemplo, encara a história [de mistério] como um duelo de inteligências travado entre ele e o autor; se adivinhar a solução, ele se considera vencedor, mesmo que não possa documentar seu acerto ou justificá-lo através de uma argumentação sólida. Existe algo desse espírito competitivo em todos os leitores, mas o leitor em que essa atitude é predominante não considera nenhum valor além desse jogo de adivinhar a solução. E existe também o leitor cujo único interesse é no que existe de sensacional, de sádico, de cruel, de sanguinário, e na presença da morte. Também nesse caso existe um pouco disso em cada um de nós, mas o leitor em que isso predomina não vai dar a menor atenção à chamada ‘história de dedução’, por mais meticulosa que esta seja. Um terceiro tipo de leitor é aquele-que-se-preocupa-com-os-personagens; essa leitora não liga muito para a solução; o que realmente a deixa chateada é a possibilidade de que a heroína possa ter o pescoço torcido na escada em espiral. Em quarto lugar, e mais importante, está o leitor intelectual e com cultura literária que lê mistérios porque eles são quase que o único tipo de ficção que não está querendo dar um passo mais largo que as pernas. Este leitor quer saborear estilo, caracterização, reviravoltas de enredo, todas as virtuosidades da escrita, muito mais do que se importar com a solução. Não se pode satisfazer completamente a todos os leitores. Fazer isso teria que envolver elementos que são contraditórios. Eu, quando estou no papel de leitor, quase nunca tento adivinhar a solução do mistério. Eu simplesmente não considero que o duelo entre mim e o autor seja importante. Para ser franco, eu vejo isso como o divertimento de um tipo inferior de mente.

Raymond Chandler, “Doze anotações sobre a narrativa de mistério”.

Ensaio escrito por Chandler em seus cadernos de anotações e nunca publicado em vida. Retirado da edição Later Novels & Other Writings (The Library of America, 1995) e traduzido por Bráulio Tavares em seu primoroso trabalho de seleção e tradução das obras do autor americano para a Alfaguara. “Doze anotações sobre a narrativa de mistério” está inserido no romance A Dama do Lago (Alfaguara/Cia. das Letras, 2014).

Baú: Dashiell Hammett

Extraído da edição 43 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente.

Spade sentou-se na cadeira verde. O gordo começou a encher dois copos com a garrafa e o sifão. O rapaz havia sumido. As portas, situadas em três das paredes da sala, estavam fechadas. A quarta parede, atrás de Spade, era vazada por duas janelas que davam para a rua Geary.

Começamos bem, senhor — ronronou o gordo, virando-se com um copo na mão, que ofereceu para Spade. — Não confio em um homem que não bebe à vontade. Se ele precisa tomar cuidado para não beber demais, é porque não se pode confiar nele quando bebe.

Spade segurou o copo e, sorrindo, fez o início de um cumprimento com a cabeça, por cima da sua bebida.

Dashiell HammettO Falcão Maltês (Companhia das Letras, 2001, p. 142).

Lista: vencedor do Prêmio Jabuti ou filme pornô?

Extraído da edição 41 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente.

1. Sonhos Tropicais
2. Imaginações Pecaminosas
3. Ana em Veneza
4. Laços de Família
5. O Casarão
6. A Festa
7. Um Outro Olhar
8. O Jardim Selvagem
9. O Sexo Começa às Sete
10. As Velhas
11. Canalha!
12. Menina a Caminho
13. A Noite Escura e mais Eu
14. Reprodução
15. Ah, é?
16. Endiabrados
17. Luisa
18. O Fruto do Vosso Ventre
19. A Idade da Paixão
20. O Enterro da Cafetina
21. A Saga do Cavalo Indomado
22. O Braço Direito
23. A Mão Esquerda
24. Amor?
25. O Buraco na Parede

 

Jabuti: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 21, 22, 23, 24, 25. Pois é.

Baú: T. S. Eliot

Extraído da edição 10 da Enclave, a newsletter do Jornal RelevO. A Enclave, cujo arquivo inteiro está aqui, pode ser assinada gratuitamente. O RelevO pode ser assinado aqui.

Você tem que olhar tantas coisas inferiores o tempo todo que, como um degustador de chá ou fabricante de chocolate, pode perder seu apetite pela literatura como um todo. O público raramente se dá conta de que nove décimos do tempo de um editor são utilizados com o trabalho de manuscritos rejeitados, projetos que não se concretizam e aqueles terríveis casos incertos de escritores que são quase, mas não definitivamente bons o bastante.

T. S. Eliot, 1953.