Editorial extraído da edição de dezembro de 2022 do Jornal RelevO, periódico mensal impresso. O RelevO pode ser assinado aqui. Nosso arquivo – com todas as edições – está disponível neste link. Para conferir todas as colunas de nossos editoriais, clique aqui.
Chegamos à última edição de 2022. Neste ano de pós-pandemia, eleições e Copa do Mundo (e do primeiro Encontro Ufológico de Joinville), o RelevO continua imprimindo ininterruptamente, seguindo sua sina de ser de papel e de literatura desde setembro de 2010. Provavelmente, quando esta edição chegar às suas mãos, já saberemos que fim teve o Brasil na maior competição monoesportiva do planeta. Em novembro, para lembrar, fizemos uma edição especial com a literatura dos 32 países que disputam a Copa do Mundo. Não é segredo que gostamos muito de futebol e, em dezembro, nos aproveitamos das analogias esportivas para refletir sobre os últimos 12 meses.
Se o Jornal fosse uma seleção, seria, quem sabe, o Irã – organizado e aplicado, mas limitado e distante de uma grande liga? Temos uma equipe de apenas seis pessoas. Ou então a Croácia, com um futebol equilibrado e rompantes técnicos, mas com poucos recursos humanos para dar aquele passo adiante e se tornar grande? Temos, como fonte de renda, apenas assinantes e anunciantes privados. Seria alguma seleção que não foi pra Copa? Nunca nos sentamos nas principais mesas do meio literário.
2022 foi um ano desafiador sob muitos aspectos, com aumento de 23% de custos operacionais em uma ponta, diminuição do nosso corpo de assinantes em 15% em outra ponta e aprimoramento da nossa comunicação interna, com a circular, a Enclave e a Latitudes unidas em uma única base de controle (Substack). Conseguimos, enfim, centralizar toda a nossa produção de conteúdo digital, ajustar questões estruturais tão importantes quanto entediantes do nosso site e deixar cada vez mais evidente as vantagens de alguém nos assinar por apenas 70 reais ao ano.
Buscamos convencer nossos novos e velhos assinantes pelo trabalho contínuo em prol do que consideramos o melhor da literatura brasileira contemporânea. Não conseguimos competir em preço, mas nos esforçamos editorialmente – e não devemos favores. Somos uma defesa forte que busca aproveitar suas poucas chances de gol. Se subirmos demais ao ataque, seremos amassados. Assim, crescemos lentamente, adaptando-nos às intempéries naturais da vida. Estamos distantes das maiores competições do planeta, mas sobreviveremos até a festa de encerramento.
Uma boa leitura a todos.